(Lucas 21.33) Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.
A história é incrível, não? Talvez um dos maiores casos de falência da história comercial brasileira.
Depois de assistir ao filme, várias perguntas podem ser formuladas: Porque a fábrica faliu? Será que o empresário Dr. Gurgel sonhou alto demais? Haveria pressão das montadoras estrangeiras em pleno período de liberalização da economia e não-intervenção estatal pós-Consenso de Washington? Por quais razões o Protocolo de Intenções bilateral (São Paulo/Ceará) não foi cumprido?
Não sei. É preciso analisar cada fator contextualizado com a situação político-econômica do país no início da década de noventa.
Mas me parece que a Gurgel foi um sonho brasileiro que nasceu na hora errada. Talvez hoje a história fosse diferente.
João Gurgel morreu em 2009, após sofrer por diversos anos com Alzheimer. Segundo a família, felizmente, ele esqueceu que um dia foi um dos empresários mais bem sucedidos do Brasil. Esqueceu também que tudo o que foi construído veio abaixo, esfacelando um projeto que buscava elevar o patriotismo brasileiro em termos automobilísticos.